sábado

lembranças na calçada


e um dia o acaso fará com que não me apresses no passo 
um dia o acaso fará com que não te descubra entre nada 
fará com que pise a calçada devagar 
tão devagar ...
sem surpresas...
fará com que não me queira magoar 
um dia o acaso ...
fará com que passe por ai outra vez 
sem te querer pisar 
surpreendo-me ao andar
talvez consiga esmagar a  minha sombra 
já sem medo te poder amar 
um dia o acaso decidirá o meu passo 
.........
e piso lembranças na calçada 
e piso amores caídos no meu chão 
piso e repiso devagar 
só por acaso 
por puro acaso... 
já não apresso esse meu passo 
só por acaso... 
um dia deixarás de correr debaixo dos meus passos 
um dia pisarei o chão por onde passas 
sem medo de te tropeçar 

                                  Teresa Maria Queiroz Julho 2010 / foto Sonja Valentina 
                                                                    obtrigada sonja 

15 comentários:

Anónimo disse...

E esse andar sem pressas, deixando o acaso tomar algumas das decisões chama-se amor próprio. Adorei, como sempre. Beijos

Anónimo disse...

Muito bem o texto, Teresa.

Radiohead, nem tanto.

Sac do Amor disse...

Pleno de sentimento! Os versos parecem retratar não só um pensar, mas também uma realidade, e a ilustração não poderia estar mais em conformidade com o conteúdo escrito.

Gostei muito! Bom domingo e au revoir.

Há.dias.assim disse...

De uma forma ou de outra todos queremos encontrar esse dia, ao acaso...

Bípede Falante disse...

Teresa, gostei tanto. Minhas lembranças também vão pavimentando o chão que piso.

Lupuscanissignatus disse...

a memória

ca(l)çada


[de luz
e sombras]

Vitor disse...

O bem escrever,e o bom gosto,continuam por aqui!

Bj*

Francisco José Rito disse...

Um beijo, Teresa e um bom resto de Domingo

Francisco José Rito disse...

Um beijo, Teresa e um bom resto de Domingo

Penélope disse...

Um dia as marcas dos pés no cimento ainda fresco de uma calçada por se fazer...
Amei teu poema.
Beijinhos

Wagner disse...

Muito bom o blog, o texto me fez lembrar dos futuros contingentes de Aristóteles e a música me fez lembrar que o clipe mais deprê que já vi na vida, ever, é de RadioHead: Karma Police! Beijos!

redjan disse...

Por uma daquelas razões sem razão ... apenas agora encontrei esta porta para estes teus arremedos de vida simples, e de mistérios no entanto.
Vou buscar café e cigarros. Posso sentar-me por aqui ?

Salvador disse...

E um dia, ao acaso e para sua surpresa, uma nova estrada surgirá no seu caminho...
Muito boa a música, como quase todas as deles. Têm letras das mais depressivas que se pode fazer, mas conseguem ser melodiosos como ninguém.

continuando assim... disse...

Vou buscar café e cigarros. Posso sentar-me por aqui ?


sentem-se ....leiam ...fumem ...bebam e comam

escancarando as minhas portas para vocês


obrigada a todos

madmax disse...

Gostei muito do Bloge

e também gostei muito da poesia

Os gostos musicais são excelentes

Parabéns

madmax