falamos depois....
faltando tantas peças neste puzelle ...que eu tinha jurado acabar
"DEIXA-ME EM PAZ!!"
"FECHA A PORTA!!"
" VOU PORQUE POSSO!!"
continuava a ouvir a sua voz....
demasiado tempo
muito tempo....
escrevendo para a minha Lua amarela
naquela casa enorme assim ficaria os próximos meses...quase sempre calada
sentada no chão da entrada daquela casa enorme.... assim fiquei sem falar....
não podia imaginar para onde ia...
sem perceber nada ...percebendo quase tudo....
fechei....
eu...
"FECHA A PORTA!!"
quase suplicando...queria perceber o que se passava..
corri para a porta
apavorada de o perder....
eu não sabendo nem o que sentir
saiu....
batendo com força na mesa...
" Vou ! ...e sabes porquê?? !! porque posso! ...EU POSSO!!"
alterava-se tudo á sua volta
a cara alterada a cor alterada....
a voz alterada
e... mostrando a bolsa que levava dizia
" agora é que tu dissés-te tudo!! vou-me embora !"
com ódio...desesperado..
com raiva !
com a pequena mala na mão
levanta-se.
" mas... não sabes que o meu filho vêm cá este fim de semana... e vais embora assim sem razão nenhuma..." entre soluços...numa súplica enervante....eu perguntava..
---mandava-me embora dali de casa....atónita nem sabia o que responder...---
e eu não entendia nada
gritava...
" Porque quero estar sozinho!! tu estás sempre aqui!..porque não te vais embora este fim de semana??!! vai para casa dos teus pais!! porque não me deixas sozinho em casa este fim de semana!!??"
tanta pergunta!! que irritante eu estava a ser...pensava ..
" mas ...agora ? ,mas porquê? vais para onde...?"
não entendendo que ele não sabia a resposta....
eu mal o via ..os olhos alagados...perguntava porquê
" Vou-me embora!!!"
uma bolsa na mão...
os olhos raiados de uma raiva que não explico...
apareceu
escutava os ruídos dentro do quarto...não me mexia na sala ...esperando
nem sabendo que a partir daquele fim de tarde eu iria fazer muito , mas muito mais....
eu fiz tudo ----
eu fiz tudo...por amor
eu acho que dei tudo
---onde é que eu errei?...eu dei tudo
--- os gritos. Os gritos que não suporto. Os gritos que me paralisam ...e que só por existirem me agoniam, e me levam ...para outros gritos... para outras alturas ----
eu paralisada esperava ..esperava por o que lá vinha
saiu da sala ....
depois de muito se zangar
porque se irritava tanto com ele?
porque o irritava tanto....??
pensava , enquanto me caíam as lágrimas ao ouvir tanta injustiça
--- a mensagem! foi a mensagem!! isto não faz sentido nenhum...---
eu sabia como ia acabar!
um susto...
eu não respondia
sem nexo...
irritando-se com o que dizia
do nada se fez discussão
ao jantar sem tema ...
demasiado cedo...
cedo
o jantar pronto
quando é que deixei de ser espontânea...??
......escolhendo as respostas
( a medo)
" claro que sim...."
eu aguentava o mal que me fazia a mim...
eu...magoava-me sempre...a mim. Só a mim..
tentava descobrir sem perguntar...para não magoar
eu descobria..
não falava...
na altura pensei que fosse comigo
" se não poder ser tudo bem! ...eu como qualquer coisa! " sem razão de se zangar com mais ninguém zangava-se com ele e com o que pensava...
olhando surpresa...ouvi
" olha podes fazer o jantar mais cedo?" perguntou de rajada...zangado
naquela casa enorme.
adivinhando que iria acabar sozinha...
as compras no saco ...disfarçava ...com um sorriso de susto..de pânico
sem perguntas entrei em casa....ele entrou também
querendo fingir que não tinha acontecido
num jogo esquizofrénico comigo própria
--- mas de quem seria a mensagem que o perturbou tanto?--- perguntava-me não querendo saber a resposta
e em pânico fiquei eu....
nervoso!..... em pânico
zangado!
guiou á pressa .
á pressa para casa
o medo fascinava-me...
acontecia tudo assim sem querer ...sem tempo...sem nexo...sem razão
num susto...eu nunca sabia o que ia acontecer...
num susto fazia tudo
cada vez mais enervado...em pânico apressava-me
leu uma longa mensagem no telemóvel.
esquecia-me do que comprava
assim como que olha para quem não quer ser visto
de longe eu observava a sua inquietação...
nas compras , afastou-se..
sentia-o ...a fugir...
a vida por fiozinhos de marioneta
calado angustiava-me...
guiou os metros de distância crispado e inquieto ....sem dizer nada
quase sem responder acompanhou-me
perguntei sem saber nada...sem saber de nada
" vou ter que ir ao supermercado....queres ir comigo...compramos qualquer coisa para o jantar"
com o seu enervar
assustava-me
eu olhava sem querer olhar
por ali andava fazendo horas sem saber para quê
naquela casa enorme de que ele tanto gostava...sentia-o desesperado
naquela tarde estava calor ...anoitecia tarde
enervava-me
de um lado para o outropendente nem sei de quêenervava-se
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