pendurada ali
poderia ficar
enrolando-me em pelo de Lua
pendurada em algodão de nada
olho que me olha
de águia escondida
balançada ali
poderia ficar
eriçando
fios de luar
cansada de não mais me conseguir deitar
pendurada em algodão de nada
fio fios de pelo de lua
olho pálido que me espreita
olho morto
não se move
pendurada poderia ficar
desembaraçando todas as luzes
quase sem luar
pendurada em algodão de nada
olhando
um olho desmaiado
num tempo que não existe
e
não acaba em pelo de lua
pendurada ali poderia ficar
deitada
movida
escondida de mim
abafada em pelos de Lua
e vejo-te
quase matiz
pálida
catarata que se instala
naquela luz que nunca mais se apaga
desfia-se em pelos de Lua
não adormece em sossego
e
poderia pendurar-me ali
baloiçando pelos de lua
e miro-me nesse olho frio
que já
sem tempo me olha
já não me segura
não me penduro
não me balanço
não me agarra em pelos de lua
e
já sem garras
vejo-te
pendurada
desmaio
em algodão de nada
num tempo que não existe
Teresa Maria Queiroz / 29 Novembro 2010
Foto / José Correia
poderia ficar
enrolando-me em pelo de Lua
pendurada em algodão de nada
olho que me olha
de águia escondida
balançada ali
poderia ficar
eriçando
fios de luar
cansada de não mais me conseguir deitar
pendurada em algodão de nada
fio fios de pelo de lua
olho pálido que me espreita
olho morto
não se move
pendurada poderia ficar
desembaraçando todas as luzes
quase sem luar
pendurada em algodão de nada
olhando
um olho desmaiado
num tempo que não existe
e
não acaba em pelo de lua
pendurada ali poderia ficar
deitada
movida
escondida de mim
abafada em pelos de Lua
e vejo-te
quase matiz
pálida
catarata que se instala
naquela luz que nunca mais se apaga
desfia-se em pelos de Lua
não adormece em sossego
e
poderia pendurar-me ali
baloiçando pelos de lua
e miro-me nesse olho frio
que já
sem tempo me olha
já não me segura
não me penduro
não me balanço
não me agarra em pelos de lua
e
já sem garras
vejo-te
pendurada
desmaio
em algodão de nada
num tempo que não existe
Teresa Maria Queiroz / 29 Novembro 2010
Foto / José Correia
7 comentários:
Esses fios feitos de algodão da lua e de luar prateado prendem-nos e neles sonhamos viver por muito tempo
Tudo muda esses fios com que tecemos ricos poemas e neles viajamos, sonhamos e amamos.
Minha querida
São teias que nos prendem e nem nos sonhos nos encontramos, um poema maravilhoso.
beijinhos
Sonhadora
Pendurada em algodão de nada...
Que sensação de desafio...
de estar com os pés fora do chão... pronta para cair a qualquer momento.
Perigoso, mas ao mesmo tempo delicioso.
Um beijinho, menina
Que dizer?És poeta,simplesmente!As palavras saem-te como gotas de orvalho,num branco prado em algum lado...
Bj*
A vida sempre por um fio
no ciclo das marés
Simples, lindo mesmo !!!!!
mas que título fabuloooooso!!! :)
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