numa esquadria confundida
perece que danço
um tronco feito bailarina
equilibro-me entre buracos geométricos dum olhar quente
que esfria quando intenso
por aí bailo
certa que me transformo em tronco e não reparo
desfaço esquadrias imperfeitas na rectidão dos teus quentes olhares
frios quando intensos
definidos como quadrados tortos
andando em traços bambos
olho o teu olhar que se amorna
de frio se torna quente
aquecido em mim
recorta quadrados de esquadrias sobrepostas
e eu
bailarina
me transformo
na solidez dum tronco que dança
em cima de ti
sentes-me
bailando nesse teu olhar recto
traças linhas
refazes quadrados
na rigidez do teu traço
amornas o teu olhar
nessa mistura estudada
olhando a minha insegura dança
de régua e esquadro
redefines quadrados
e nesse teu indefinido olhar
bailo
balanço desengonçada
tornando-me tronco firme
na frieza desse teu olhar esquadrado
tornando-me ágil na doçura desse teu quente olhar
misturas-me no que não conheço
TMQueiroz / Outubro 2010
Foto / Janjan Pais
5 comentários:
Melhorou!
Estava a ver que ainda não era hoje :-)
Muito bom. Ao nível do que já nos acostumaste
Um beijo, Teresa
misturas-me no que não conheço...sempre excelentes... :)
E isso é essencial...
Haja equilíbrio para não se deixar cair!
[uma trave é sempre pouco para o mundo: a palavra é que o traz na sua rota, imprecisa, por vezes torta... a nossa linha em linha recta, paralela luz e escuridão dentro da linguagem, na palavra arada]
um imenso abraço, Teresa
Leonardo B.
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