foto Sonja Valentina
Entrelaçando-me em mim
no fim dum final agudo,
só nos entrelaçamos em nós.
Sem dentes ou roldanas frias
que encaixem na confusão dos nossos entrelaços.
Um tempo inteiro
tentando entrelaçar fissuras em rodas desdentadas
que não encaixam.
No fim do final,
entrelaçamo-nos
só em nós.
Desde sempre,
existe um lugar esticado, aqui...
onde os entrelaços são breves
e nos doiem ao encaixe.
No fim dum final
não haverá entrelaços
puros ou suaves ...
No fim do final
entrelaçamos sempre em nós,
únicos detentores de dentes afiados,
rodas retorcidas
... espigões gelados,afiados...
que sempre nos encaixam.
No nosso final,
não haverá irmãos de armas com encaixes perfeitos.
No fim..
contaremos sempre com o nosso perfeito desencaixe,
perfeito que nos atormenta,
perfeito que não encaixa.
E de tanto tentar entrelaçar,
desenlaçamos sempre
laços sem dois fios.
No fim do final
não te enlaças,
não te entrelaças em mim,
no fim do final..
entrelaças-te
a ti,
sempre…
3 comentários:
Gostei muito do ritmo deste poema. Fiquei entrelaçado nos versos, enrolado na música das palavras.
Bj
teresa,
um poema com um ritmo alucinantemente acompanhado pelos Dire Straits...
Beijos
encaixe é dificil.
Enviar um comentário