terça-feira

já nem sapatos calçam

Já nem sapatos  calçam
Já nem rostos se vêem
Já nem olhos se esfregam 
 Já nem lágrimas se secam  

Sem cor que envolva o branco não se seguem 
não lhes chegam ruídos puros 
não se ouvem 
já não cantam

Não se olham
 Não se querem
Não se mimam
Decapitados por catanas de ninguém
Voltam-se para lado nenhum
Já nem seguram o pensar 

Já nem sapatos calçam 

Já não  vêem mais que pardo
Entre o terroso cinzento
...
e o branco que se esfria 
...
De tão quentes se adormecem
De tão hirtos não balançam 

Já nem sapatos calçam 

Decapitados assim 
Já sem braços que os abracem 
Já sem mãos que os empurrem
sem dedos que se contem 

Já nem sapatos calçam 
.....

Teresa Maria Queiroz/ Março 2011
Foto / Conrrad Barata 






7 comentários:

Há.dias.assim disse...

Adorei o poema. Muito bonito mesmo!

Anónimo disse...

Que magnífico "post"!

Literatura de qualidade, foto a condizer e com "expressão" e ... Annie Lennox + Alicia Keys.

Três em um.

:D

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Hoje passando apenas para oferecer o meu selinho de 500 seguidores, com muito carinho.

Beijinho
Sonhadora

Francisco disse...

Bom dia. Na divulgação do meu blog vou descobrindo pelo caminho outros igualmente interessantes. Parabéns. Aproveito para convidar a ver o meu espaço sobre pintura, aguarela e desenho. Se poder divulgar pelos seus amigos agradeço.

Cumprimentos

Francisco Santos

Sonhos melodias disse...

Oi Teresa,
Vim conhecer seu espaço e me encantei! Parabéns! Já virei freguesa, rsrs. Obrigada pela visita e comentário.
Abraço,

mfc disse...

A indiferença destrói...

Bloguinho da Zizi disse...

Vou
Vou em busca de mim
na certeza que o caminho que trilho agora é muito melhor
do que aquele que trilhava antes de aqui chegar.
O que aprendi aqui
nenhuma escola me ensinaria
pois os mestres que tive
foram os melhores
e nenhuma faculdade pode pagar.

O meu coração vai cheio de graça
neste novo caminho.
Muitas ideias fui tecendo
muitas ideias fui trocando
enquanto tentava manter desperta a minha luz.

Me deitei neste divã que é a vida,
recebi muitas respostas às minhas perguntas.
Segui meu sexto sentido,
e até me perdi no Japão.

Permiti que minha alma ficasse zen.
Li versos de fogo
no vale do sol encantado.
E quando a vida dentro de mim se tornou possível,
abri a arca do auto conhecimento
e ali vivi momentos
e descobri a beleza
e a felicidade
como numa caixinha
de boa nova.

Tomei meu chá das 5,
lendo as notícias da cozinha e
sentindo o doce da filosofia.

Vi as sementes no canteiro
da quinta
mostrando a essência de cada flor e,
continuando assim
até fadinhas eu vi.

Vi o delírio de uma bruxa
num arco íris.

Senti o vento numa ilha e,
simples assim percebi
que penso, logo insisto.

Aprendi com alguém especial
que a vida tem a cor que a gente pinta
e que somos fractais,
pedaços do grande Todo.

Entrei na cova do urso,
frequentei a casa das virtudes,
naveguei no infinito
conheci o poeta louco
e
... foi desse jeito que ouvi dizer ...
entre olhares líricos,
que há pérolas nos
pensamentos.

Aqui encontrei os mentores de luz,
trabalhei a minha espiritual-idade,
andei por vários mundos
sentindo o aroma nosso de cada dia.

Debaixo da Luz da minha amada Mestra Kwan Yin
li livros e colhi flôres
e foi por aí que
descobri alguns pequenos barulhos internos.

Por isso vou...


Vou em busca de mim
na certeza que o caminho que trilho agora é muito melhor
do que aquele que trilhava antes de aqui chegar.
O que aprendi aqui
nenhuma escola me ensinaria
pois os mestres que tive
foram os melhores
e nenhuma faculdade pode pagar.