Só fechei meia janela
da outra meia
me entram meios fantasmas
espreito e vejo cores de terra que os iluminam
apago a minha meia luz
só para que não me vejam o castanho dos olhos
só fecho meia janela
abro metades de mim
aprendendo a matar meios fantasmas
sugo luz branca de algodão doce
devagar
abro uma meia
meia-aberta
fecho outra
meia fechada
entalo dedos
fecho metade da janela
porque assim
só me entram metades de nada
escuros fantasmas
pregados em paredes de terra
não os vejo
nem vejo metade de nada
Só fechei meia janela....
Teresa Maria Queiroz / Janeiro 2011
Foto / Sonja Valentina
10 comentários:
Minha querida
Lindo poema...muito reflexivo...sempre o medo de nos abri-mos por completo...medo de nos dar-mos, como entendo do que falas, adorei.
Beijinho com carinho
Sonhadora
Pelo fim: dos meus cantores preferidos. (já o vi duas vezes e verei mais...)
Do texto: gosto de janelas. Mas para abrir. Se forem para fechar...que seja por razões íntimas...
Bela escrita a tua.
Perfeito! Quando meio medrosa deixo só uma fresta aberta...
Beijos.
Bom trabalho, Teresa.
As janelas nunca se deixam a meio.
Ou se fecham ou se abrem.
;)
Teresa, absolutamente maravilhoso este poema.
Beijocas
Adorei o teu poema com meias verdades, meias mentiras...depende da meia janela aberta.
Dos teus nelhores poemas.
Beijocas
Graça
Mesmo com meia janela fechada meia aberta podem entrar os pedaços do tempo e a outra metade do nada! Também a meia Lua nos entra pelas janelas meias fechadas, mesmo nas noites de Lua Cheia!
meia janela ainda é uma janela, felizmente :)
beijos
Muito, muito bonito Teresa, bj
Sensacional, gostei muito e recomendarei...
abraços,
Paulo.
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