sexta-feira

chegaram-me marés de mel dourado

chegaram-me marés de mel dourado
não sei de onde chegaram 
chegaram como mel derramado 
com um sabor adocicado
espalhado
viscoso 
derramado por aí 
chegou-me até aqui

não sei por onde entrou
não tocou 
nem sei como me encontrou 
chegou-me numa maré de mel 
não sei porque me soou 
delicioso
doce 
como o mel de abelhas rainhas
colmeia derramada 


chegaram-me marés de mel dourado
não as desembrulho 
não as quero provar já 
tal como mel derramado 
chegaram-me marés  
dum outro lado 
viscosas 
não se entornam
provam-se


tal como o mel 
caem em cima de mim 
devagar

chegaram-me marés de mel dourado
nem sei por onde entraram 
nem ouvi o seu ruído 
chegaram-me não sei porquê
espalharam-se por aí 



prendo-me no dourado que emanam 
tal como o mel 
provo-a aos bocadinhos 
com medo que se acabem 
na sua imensidão

chegaram-me marés de mel dourado 
assim... 
...dum outro lado ...


Teresa Maria Queiroz/ 12 Novembro 2010
Foto / José  Correia 


3 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Que essas marés de mel sejam eternas, adorei o poema londo e terno.

Beijinhos com carinho
Sonhadora

LAR DOCE LAR disse...

Meu Deus! Preciso passear por um oceano assim...
Que estas doces marés te permaneçam por muitos e muitos tempos!!!!
Beijinhos

Conceição disse...

Está lindo o poema! Original!

Beijinhos!