segunda-feira

tal como prometido

Tal como prometido, cá vai um final que me chegou por mail


Alice perdera-se dela própria, deixara-se ficar dentro de uma das suas gavetinhas, encerrada por si, em si mesma... Permanecia, dia após dia, aprisionada num silencio q não podia compreender, ou suspender... Os dias atravessavam-na como se fosse transparente, deambulando em porquês masoquistas, tentando autopsiar uma culpa imensa q imputava, sem saber bem como, ou porquê... Tinha falhado a André, ele precisava dela e ela não soubera, não pudera, porque lhe acabaram as forças, aguentar imutável... Ele era o amor da vida dela... Saberia ele disso, teria noção da responsabilidade e intensidade de tal papel? Saberia ele, algum dia, ser o amor de alguém? Se nem conseguia amar-se a si mesmo?
Tinha falhado, tinha sofrido, tinha-se descarnado de si e continuava com as gavetinhas escancaradas por falta de respostas...
Na angustia da decepção nem se apercebia do mundo q girava sedutor à sua volta, dos abraços q a esperavam, André não se perdia sozinho, obrigava-a a permanecer naqueles estranhos trilhos sem bússola, afastava-a de tudo o resto, roubara-lhe todas as cartas geográficas, obrigando-a a caminhar às cegas pelo mesmo caminho q ele tão bem conhecia, desconhecendo tudo...
Naquela cama onde se acabava André, sob uma magia etilica qualquer, a seu lado, estava uma Alice invisível, embriagada em sofrimento, anémica de afectos, despida dos sorrisos, q em tempos a vestiram tão bem... André e Alice, não souberam viver juntos, mas definhavam de mãos dadas, moribundos e cadavéricos...  Alice, sentia-se estranhamente feliz, por o acompanhar nesta ultima caminhada, por lhe dar a mão, por o sentir perto, talvez agora pudesse ser realmente seu, juntos num fim macabro, mas juntos, de mãos dadas... Fora um grito q a trouxera ali, aquele leito decadente de morte iminente, aquele sofrimento mascarado de momentos breves de um sonho q fora tão seu, tão vivo, tão audaz, tão certo... Teria André, algum dia, sabido sonhar?
-Agora somos só nós dois Alice, ja nada mais cabe aqui, nada, nem ninguém, despede-te do Vasco, para sempre...
despede-te do VASCO...
DESPEDE-TE DO VASCO...
Agora um outro grito... O do Vasco q não sabia despedir-se dela...
Mas Alice tinha de despedir-se dele, saberia Alice despedir-se de Vasco... Ela queria ficar com André, assim de mãos dadas pelos labirintos de uma morte aos pedaços q Alice aprendera a saborear sofregamente à mesa com o seu André... Seu? Teria sido algum dia o SEU André?
O Vasco era o seu Vasco, a razão de tantas alegrias, tinha lhe oferecido as suas gargalhadas como legado genético... Diz Adeus ao TEU Vasco Alice... Diz...
As lagrimas rasgavam-lhe os olhos, não conseguia articular um Adeus q lhe parecia uma crueldade grotesca a amputar-lhe os membros repetidamente...
Tentou dizer Adeus Vasco...
Mas as palavras enrolavam-se e atrapalhavam-se, agarradas com os dentes à língua...
Tenta Alice...
E ela tentou, tentava, rasgando-se nas próprias entranhas maternas...
Dizia baixinho na cabeça dela...
mas o som ensurdecia-a...
A cascata dos olhos vertia acido de sentimentos q lhe rasgavam a alma...
Tenta Alice... Tenta... Tu queres, não queres?
De repente, respirou fundo, limpou o acido à palma das mãos q se tinham desenlaçado das mãos do seu amor (seu?), sorriu, de queixo a tremer e disse:
-Adeus André.

Fim


Ora cá vai Teresa!!!
Estou ansiosa pra conhecer o real final!
Beijinho em si!
Inês Dunas/Ana Sofia Mendes

Obrigada Inês e Ana .... fiéis seguidoras!! 

5 comentários:

-Joana disse...

Adorei, muito criativo! :)

Andrea disse...

me desulpe, eu ainda não tive tempo de ler. Mas quando tiver vou dar um final
Com carinho Monica

continuando assim... disse...

Mónica!! nada de desculpas ... lol a história vai continuar aqui e o tempo é imenso :::))) beijo e muito bem vinda!!

Moonlight disse...

Gostei deste final,supreendente e muito imagionativo ,porem real....talvez pudesse ser real....
Ando com o tempo curtinho mas gostaria muito de lhe enviar o meu final....pode ser que consiga e que ainda vá a tempo.

Bjinho cheio de luar

poetaeusou . . . disse...

*
gostei do final,
meditativo, profundo,
,
conchinhas,
,
*